Todos os carinhos de Pablo não eram mais meus! Mesmo quando ele estava em meus braços sentia um vazio tão grande que minha alma se perdia na imensidão.
Pablo tinha sido algo avassalador em minha vida. Mexia comigo por dentro, de uma forma inesperada e surpreendente. Nossa amizade vinha de longa data, de muito tempo. A primeira vez que nos beijamos foi em baixo de cobertores felpudos, com meus primos no mesmo quarto. Algo inocente que eu jamais pensei que fosse dar no que deu.
Os anos foram passando e quando aconteceu nossa primeira transa foi... traumatizante! Já sabia pelos amassos que dávamos que seu pau não era lá grande coisa; mas depois, percebi que tudo podia ser bem pior. Foi insosso e sem graça. Mas meus sentimentos me confundiam e me faziam temer o futuro. Ou seria uma tragédia ou uma aventura. Acabou sendo os dois!
As primeiras transas foram ruins, até para mim, uma semi-virgem; mas com o passar dos tempos, foi melhorando. Ensinava a Pablo tudo o que aprendia pelas minhas gandaias; ensinava a controlar a respiração, a segurar o gozo; ensinei até a posição que ele deveria deixar a língua na hora do sexo oral e como movimentá-la a ponto de levar alguém até o céu. E ele eprendia perfeitamente. Não precisva mais dizer o que fazer nem como fazer. Pablo virou meu step para sexo. Tava á fim de uma noite de amor (amor = sexo delicioso), ligava e ele vinha.
Em um Sábado de Carnaval depois de muita vodka, cervejas e mais algumas biritas, dividimos nossa cama com uma grande amiga minha, Diana; nos conhecíamos des da época do pré primário. De repente aquela festa de Momo que começou tão sem-graça estava se transformando num dos momentos mais inesquecíveis da minha vida. Meus dedos percorriam o corpo de Diana como alguém que procura pelo pote de ouro no fim do arco-íris; ela, prá retribuir o carinho, fez em mim o melhor sexo oral que já recebi enquanto Pablo a comia por trás. No dia seguinte, no café da manhã, cada um de nós ainda estava com o gosto do outro nas entranhas.
Prá mim estava tudo perfeito. Tinhamos uma relação de afeto que impressionava. Pablo, além de meu amante preferido era também um ótimo amigo, parceiro para todas as horas. Quando ligava prá ele, com apenas um "alô" ele simplesmente desvendava todos os meus mais cruéis segredos. Ele estava em mim. Vivia em mim.
"Mas de uns tempos prá cá, meio sem querer, alguma coisa aconteceu"; do nada passamos a trocar carícias em público, ele fazia ceninhas de ciúmes, dizia que me amava olhando em meus olhos, me chamava de "minha mulher", e até brincava sobre como seriam nossos filhos. Fiquei impressionada. Pablo de fato agora era meu.
Tudo muito lindo, tudo muito bacana e o inesperado que eu já esperava aconteceu; Pablo fica, (isso mesmo, fica, se pega, se amassa) com uma amiga minha (que descobri nesse dia que não era minha amiga coisa nenhuma!), na minha frente, em um show de reggae. O mundo desabou sobre minha cabeça; parecia que tinha sido atropelada dezoito vezes por um caminhão carregado de entulhos. Mas como assim? E o nosso amor? E os nossos filhos? E nossa Toyota Fielder? Ó céus, ó vida, ó azar; Pablo me apunhalou pelas costas.
Nunca tive medo de dividir Pablo, tinha medo de perdê-lo. Sempre tive! Depois daquele sentimentalismo todo, daquela demonstração de afeto, daqueles olhos nos olhos, me achei no direito de questionar o por que daquilo tudo. E sabe o que ouvi? "Somos ótimos amantes, grandes parceiros, mas somos só amigos!". Eu juro, se naquele momento tivesse um Doze com certeza daria uns dois tiros exatamente no saco daquele filho da puta... ah, eu daria!!! Mas do alto dos meus 1,58m e de frente pr'áquela muralha de 1,87m me contive, respirei fundo, dei um abraço longo e pedi que ele saísse do meu carro. E esse, foi o começo do fim!